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quarta-feira, 9 de junho de 2010

Um Conto Numa Cidade Pequena


Um Conto Numa Cidade Pequena

      Não me lembro direto quem me contou, mas sei que é verdade e aconteceu lá pras bandas de Minas. Cidadezinha pequena, muito linda, cercada por montanhas e lindas cachoeiras.
      No inverno faz um frio... E nessa cidade tem um leão grande, onde todos que não o conhecem, param e olham. Os moradores já acostumados não dão bola. Nem oi ou olá falam. Mas não é sobre esse bicho que conto.
      Nesse lugar acreditam muitos, que duendes e fadas cuidam da natureza e também das crianças, pois elas sabem que no futuro ainda terão essa linda cidade para viver. Por isso, quem me contou, acha que uma professora lá é Branca de Neve. Ninguém viu os documentos, ela usa outro nome e ama as crianças. Uma menininha linda sabe disso, mas ninguém acredita nela, todos riem... Mas ela continua a chamar de “Branca de Neve” a professora bela que com sorrisos não desmente, nem diz que é verdade.


 Num outro dia, outro aluno que fica olhando muito, percebeu suas unhas pintadas de amarelas e, neste mesmo dia a professora ganhou pamonha, uma delícia. Ela adivinha e sempre está linda. Acho que o nome dele é Bruno. Deve ter uns 10 anos e sempre percebe as roupas e os cabelos presos ou soltos, mas sempre bonita está.
      Contaram-me também sobre um aluno que sempre está loooonge... Acho que ele vê e escuta coisas. Acho que ele escreve histórias de tudo um pouco, dentro de sua cabecinha. Quem sabe ele precise de uma canetinha e assim escrever e criar um monte de coisinhas? Ele fica sentado do lado da professora. Wellington é afamado e agora tem sorriso formado. E Maynara, sorriso largo.
      Tudo reunido, todos bem atentos.
      Agora sim, vêm os bichinhos. Pintinhos caipiras que nasceram dias atrás, na casa da professora.

      Uma semana ou dias, Leandro, olhos azuis, trouxe ovos caipiras e esses, que demoraram, um dia chegaram.
      Professora levou os ovos pra casa, e deixou numa cesta perto de uma janela. Foi fazer as coisas e cuidar da casa. Já ia escurecendo e a professora viu que três ovos tinham quebrado. Ficou imaginando o que havia ocorrido, pois as cascas estavam limpas. Olhou para o chão e viu três pintinhos caipiras, piando, com fome e parados. Sem saber o que fazer, um pouco de arroz lhes deu. Comeram esfomeados e seguiram a professora para todos os lados.
      São três os pintinhos, muito desajeitados. Piam a noite inteira numa caixa de sapato. Comem milho e farelo. Brigam entre si os galináceos.
      Professora se diverte com tanta molecagem. Dia desses, eles fugiram de casa e a professora foi procurar. Estavam, adivinhem!!!!  Na cabeça do leão irado. Professora pediu desculpas e de castigo deixou os pintinhos, sem TV nem música de rádio. Tristes e isolados eles ficaram calados. “Leandro é o culpado!” Disso já sabia Bruno, tinha profetizado.
      Eles estão crescendo e dizem que na bolsa a professora carrega os pintados. Já pensou em por nome neles. Quem sabe Wellington já tenha pensado.
      Poderiam fazer uma eleição e assim ter nome os pintinhos caipiras amados, que em silêncio, dentro da bolsa Alvim, Teodoro e Simon assistem às aulas meio assustados.
      Mas respeitam a professora, como toda a criançada...
      Isso realmente aconteceu na cidade onde tem um grande leão, no meio das montanhas de Minas e cachoeiras encantadas.

                                                                                  Heleno Vieira de Oliveira
                                                                                                 11-03-2009


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