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sábado, 10 de julho de 2010

Tatoo


Tatoo

Juntou dinheiro, para muitos era uma vadia, nunca foi, nem se entregou, amava em silencio, sexo imaginava sozinha, tinha tara de moça-menina, sonhava desenhar o corpo com corações desde menininha.
Queria uma tatuagem ou varias de coraçõezinhos vermelhos, não contava para ninguém, esperava cada dia, na casa no quarto havia desenhos, imprimidos, da Internet escolhidos, todos vermelhos, carmim atrevidos. Olhava e fitava já eram muitos e dito isso imagine muitos e muitos, se imaginou, foi pouco.
Traços finos, gestos poucos, porque então achavam que vadiava.
Simplesmente por andar no meio de rockeiros, mas amava pele branca de meninas e meninos, com tatuagem aparente, delirava com vermelho. Usava sainha curta, meia de futebol , baton preto, ninguém tirava, não namorava ainda, não tinha essa paixão.
Mas quando ouvia tatoo, ficava alerta escutava, e sabia que faltavam poucos meses para as tatuagens fazer.
E assim os dias corriam, dispersos e corações e fantasias.

Juntou trocados e moedas , seu dia estava chegando, que alegria.
Agora era hora de escolher, que coração, sua pele receberia. Pequeno e delicado, grande e vibrantes, uma, três ou quatro, pois o tamanho depende o preço.
Escolheu um médio e namorou o desenho, sonhou com a dor. Agora falta o lugar do corpo para macular. Decidiu de pressa, na cintura, nem abaixo, nem acima, meio escondido, meio amostra.

Sabia onde fazer, nas Grandes Galerias, no centro, lugar de roqueiros e parentes. Lá um tatuador, amigo a levou, o desenho consigo, mostrou e o preço já sabia, vamos embora e rápido a sua pele é fina, deitou e a maquina começou.
De inicio uma dor media, depois em certos lugares, quase grita, aquentou firme, menina-moça de fibra.
48 minutos tudo que havia a ser feito, foi, havia uma pomada, tinha visão embaçada, mas o desejo e fantasia agora era real.
Mas coisa muito estranha aconteceu, na manhã, sete dias depois, menina-moça foi tomar banho, um corpo gostoso, mas puro de nascença, assustada notou que a sua tatuagem faltava, olho e não acreditava, estava sonhando, se beliscou, não!, como podia acontecer aquilo, quase louca ficou, depois de dias sem sair, só fitava a pele lisa e nenhuma marca maculava a pele branca e pura.
Resolveu depois de dias ir ver se o dinheiro que juntou ainda existia, na caixa de bombom, surpresa, contou e recontou, tudo lá estava e até a condução, moedas soltas lá ainda haviam.
Ficou louca de doer, ardia todo corpo, o que seria. Vestiu-se e se foi com dinheiro e coragem, queria agora um coração alado asas brancas de anjo. Disse tudo que pensava e o tatuador olhava;

Mas uma louca drogada!

Mas por fim, começou e 48 minutos, havia feito uma obra linda que na pele fina e branquinha, destacava o vermelho, feliz e satisfeita saiu e uma a mesma pomada passou. Curtia a tatoo, velava e os olhos na cama não tirava, mas novamente de manhã, mesmo antes de entrar no banho, ficou louca de pedra, a nova tatuagem sumiu, algo estava fora do controle, que diabo de sina ou seria coisa que alucina.
Não dormiu varias noites, pois olhava a pele vazia e a caixa de bombom, como se fosse o bicho papão. Mas depois de 7 dias, abriu a caixa no chão, um grito de pavor e medo, pois lá o dinheiro inteiro sobrevivia.
Deixou de comer dois dias, como pode o que estava por vir.
E aquela dor que sentiu, aquém procurar aonde ir.
Ouvia Deep Purple bem alto, mas acabava se  acalmando com Pink Floyd, viajava com o som progressivo , sua alma navegava nos  corações vermelhos a sua mente povoava. Imagina será que sou uma espécie de santa isso não.

Quero beijar as meninas vagabas e os roqueiros lindos e bêbados, dentro do cemitério, não quero ser santa nem anjo, quero mais tocar banjo.
Viajar sem dinheiro, quem sabe dar para um boiadeiro, em cima de um cavalo, tomar banho de cachoeira em pelo.
Acordou decidida faria outra tatoo, agora bem atrevida, abaixo do umbigo, até pertinho da futura perseguida.
Um coração na mão de uma fadinha, nua e com a língua comprida, procurou pela cidade mulher tatuadora.
Encontrou, bela e teve o preço reduzido e uma cantada furtiva, sorriu até a primeira rasgada, sorveu a dor e as piscadas da linda e safada, mas dessa vez a dor não passava, pagou e ainda pela atrevida, na boca deixou-se ser beijada.
No caminho a dor não parava, banho tomado, pomada passada e aquela dor latente, mas com bom rock o sono ficou presente e a linda flutuou em nuvens aparentes.
Acordou, sentindo algo estranho, passou a mão na virilha e melada de sangue e assustada, um grito e a mãe e pai chamou, ao levantar, sentiu entre as pernas, sangue e a tatuagem, onde estava?, grita, estava machucada?, mãe chegou primeiro e já lha abraçava, dizendo:

- Fique calma, pois agora você é mulher, nada de mau se passava, pai chegou e ela ainda soluçava, e sentiu que as tatuagens foram sonhadas e na caixa, sim dinheiro para o soutiem que esperava, numa noite foi dormir uma menina-moça e que era bela e sempre com o bem sonhava, acordou moça-mulher muita amada.

Heleno Vieira de Oliveira
São Paulo de 17/02/2009 a 04/09/2009

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